Nas décadas de 40 e 50 do século passado, a cidade de São Paulo era servida por duas indústrias cerâmicas principais. Um dos produtos era um tipo de lajota cerâmica quadrada composta por quatro quadrados iguais. Essas lajotas eram produzidas nas cores vermelha, amarela e preta e eram usadas para piso de residências de classe média ou comércio. 


No processo industrial da época, aconteciam muitas quebras e esse material quebrado era enterrado em grandes buracos. Foi então que um dos empregados de uma das cerâmicas, que estava terminando sua casa e não tinha dinheiro para cimentar todo o seu terreno, lembrou do refugo da fábrica. Ele pediu permissão para recolher parte do refugo e teve sucesso.

A maior parte do refugo recebida pelo empregado era de cacos cerâmicos vermelhos, mas havia cacos amarelos e pretos também. O operário, ao assentar os cacos cerâmicos, fez inserir aqui e ali cacos pretos e amarelos, quebrando a monotonia do vermelho contínuo.


A entrada da casa do simples operário ficou bonitinha e gerou comentários dos vizinhos, também trabalhadores da fábrica. Todos começaram a pedir caquinhos e transformar suas residências. assim, a simples solução começou a virar moda e até jornais noticiavam a nova mania paulistana. A classe média adotou a solução do caquinho cerâmico vermelho com inclusões pretas e amarelas. Uma das cerâmicas descobriu ali uma fonte de renda e passou a vender, a preços modestos, os cacos cerâmicos.

E o mercado cresceu tanto que, na falta de caco, as peças inteiras começaram a ser quebradas pela própria cerâmica. E é claro que os caquinhos subiram de preço. 


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